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Brasil poderá emprestar até US$ 4,5 bilhões ao FMI, diz Mantega
Com isso, Brasil entrará no clube de credores do Fundo Monetário.Entretanto, FMI terá de solicitar os recursos ao Brasil, explicou ele.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, revelou nesta quinta-feira (9) que o Brasil foi convidado, pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), a fazer parte do chamado "Plano de Transações Financeiras" e, com isso, o país voltará a ser credor da instituição de crédito internacional até o fim deste mês, algo que não acontecia desde 1982. Com esta operação, poderá emprestar até US$ 4,5 bilhões ao FMI."São 47 países, que, se chamados a contribuir com o fundo, para poder viabilizar recursos financeiros, poderão fazê-lo. São países que demonstram que têm solidez nas contas externas e têm reservas. Estou aceitando o convite do fundo. É importante para nós, pois estaremos do lado daqueles que vão contribuir caso o FMI precise de recursos para financiar outros paises", disse Mantega.
Sem impacto nas reservas
Mantega esclareceu ainda que essa modalidade de empréstimos não afeta as reservas internacionais brasileiras, que permanecerão no mesmo patamar. "Isso não afeta as reservas brasileiras, que continuarão na mesma situação", afirmou o ministro da Fazenda. Atualmente, as reservas brasileiras somam US$ 201 bilhões, patamar desta última quarta-feira (8).
Ajuda aos mais pobres
O ministro explicou que, em posse dos recursos repassados pelo Brasil, e outros países, o FMI poderá fazer empréstimos para ajudar os países emergentes e, também, economias mais pobres."Os países que estão solicitando recursos do FMI são os emergentes, os mais pobres. Os países avançados não precisam de fluxo financeiro. Os Estados Unidos é o pais que causou a crise, mas é o país que mais tem reservas financeiras. Tem a maquininha de fazer dólares e tem um fluxo que vai para lá", disse ele. De acordo com Mantega, os países que deverão buscar os recursos no FMI são aqueles da América Latina e da África.
"Indiretamente, o Brasil estará ajudando estes países a normalizarem a situação de sua economia. É bom para o Brasil também, pois eles vão ter mais recursos para importar mercadorias, fazer investimentos. Com isso, movimentam a economia local e aumentam as importações brasileiras. E melhora para todo mundo", disse Mantega.
Mais aportes de recursos
O ministro da Fazenda informou ainda que há possibilidade de o país fazer novos aportes de recursos ao FMI, além dos até US$ 4,5 bilhões em empréstimos que foram anunciados nesta quinta-feira. Na reunião do G-20, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva elogiou o caráter democrático da reunião e questionou se não seria "chique" o Brasil emprestar dinheiro para o FMI.
"Aquela outra questão que foi mencionada no G-20 é um outro aporte que o Brasil poderá fazer quando o FMI tiver um instrumento adequado. Só podemos fazer aporte que mantenha as reservas no seu patamar. O Fundo Monetário está preparando um título especial que ele vai disponibilizar para os países que querem fazer aporte. Há países que já se dispuserem a fazer isso. Os Estados Unidos querem fazer aporte, a China, o Canadá. O Brasil também fará um aporte", explicou Mantega.
Ainda não está definido, segundo Mantega, quanto o país poderá repassar ao FMI nesta modalidade de aporte de recursos. "O valor que vamos aportar será decidido nesta ocasião [futuro]. Também será das reservas. Será como se fosse aplicação em um título, um bônus", disse o ministro da Fazenda.
No G1
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